21.8.07




Aos Eternos



Ô filho são, de vinil plenitude,
És este orgulho incalculável da mãe,
O gênio impiedoso do pai e mude
Todo o órbe com um abraço de imã


Que sobrepuja este novo amanhã
De súditas bênçãos da virtude
A pousar-te quão inspiração na ode,
Aljôfar que cai lentamente na manhã...


E por que calado choras, é medo ?
-Não!É eterna emoção de alegria
Que me pulsa na razão como enredo...

E deste bem construo a poesia
Que vocês ler-me-ão amanhã cedo
Quando o sol nascer como assim nasci um dia.

Menina


De que jardim verdejante és tu?
De argúcia,angelical,arguta,
Pétala que se fez flor matuta,
Singeleza fulgente de norte a sul.


Menina,me lembras o céu azul,
Me lembras o tom do amor nota por nota,
Encejo,sereta em tua porta,
Uma brisa a percorrer o corpo nú.


De mãos dadas ao nosso intento,
Olhos nos olhos,universo entre a gente,
Palavras em atos,beijo ardente,

Gestos de ternura sem contentamento,
Raio de doçura,mulher contente,
Uma certeza de amor no sentimento.

19.8.07




Enlace



Amor... penso que é dor,sei que é mar,
E cada gota uma molhada flor,
Universo como rosa parda brolhou
Amor eu vou! Irei veloz pra te amar.

Amor...sei que é sorrir, penso em chorar,
Quando a saudade aperta decolou
E a aterrissagem é no triunfante calor
De teus braços, dama do eterno olhar...

Amor...penso que partiu, sei que voltou
E o carinho toma conta de nosso lugar
Com a noite no compasso encantou,

Amor...sei que me ama,penso em casar,
Você noivinha que o céu ateou,
Eu,destino que a nós veio enlaçar!


Sina de menina



Quando te olhei,ó meiga felina,
Cicio de sentimento abarquei,
As estrelas celestes capturei
E em forma de buquê te fiz uma sina.

Flerte inerte,amor de menina,
Chama dos olhos,luz que reluz...ei,
Quando te olhei um tesouro encontrei,
O preço nem um valor combina.

Menina, teu beijo repulsa a mel
Teus atos sensatos,falas ditosas ;
As mãos ágeis e leves como papel.

A boca vermelha como uma rosa,
Rosa menina,beijar-te é ter o céu,
Amar-te é fazer da vida uma prosa.




Amar

Esse amor, como amo e nada sei!
Como meu ser entristece e rejubila,
Amor que cresce amor que afunila,
Amor que aplaude amor que garbo olhei.

E com ósculo de céu em linda estrela
Beijei, parecia sonho que acatei,
Com as mãos suaves às falas toquei
Uma canção, uma prosa, uma centelha.

Não é um filme nem peça teatral,
É tão concreto quanto um reto soneto
Abrange todo este eu natural,

Forte sentimento? Ícone do sustento?
A resposta se dá com voz imortal,
Amar é transformar cada momento.

18.8.07



Moreninha



Moreninha,que bom ver-te ainda,
Ver como és sensata e tão meiga,
Teu sorriso abarca minhas cantigas,
Em teu interior sei,és mais linda!

Esta fulgura do céu é bem vinda,
Minha pobre alma não sossega,
Fica elevando-se a ti,amiga,
Se me queres te quero mais querida;

Se perceberes sentirás meu amor;
Sentirás na pele este arrepio
E no corpo o calafrio e o calor.

Se eu te beijar neste momento
Nossos corações não serão tão vazios
E o amor já não nos será um invento!


Renascer


Junto do céu sentei-me tristemente,
Enquanto os olhos choravam inquietos
O coração reluzia tão latente
Que os gazeios feriam os afetos.

Ao lado do mar chorei alegremente,
Era aquele amor de flora,de gravetos
Que um dia por ele chorei,inocente,
Nos perdoamos daquela dor no peito.

Como o amor as pazes são sementes,
Se planta,se colhe,se diz:refeito.
Errar da mesma forma não mais!Amantes

Somos,com brio,garbo e intento,
Mulher com sentimento fulgurante,
Homem com pétalas de amor no pensamento!

16.8.07


Pérola de março


Por ti subo as colinas,enfrento o mar,
Pra ficar ao teu lado tudo faço,
Derrubo os muros,despedaço o aço,
Venço o orgulho,construo um patamar

Da cor de seus olhos verdes-lunar;
Vos nomeio a pérola de março,
Menina que me brotou um forte traço,
A vez da meiguice,o verbo amar

Que tanto se julga,eu amo,tu amas
E cremos que amar é também sofrer,
Mas se não for isto te enganas,

O amor é tanto sentir como quão ver,
Um fogo que se alastra e inflama,
Uma vida que se vive sem tudo viver.



Onda em Rocha


Como assim,criatura que se emana,
Não queres mais o meu amor,da argúcia
De meu beijo nem queres essa rama
E me sinto sem alma,sem minúcia.


Meu peito cálido se inflama
E faz deste nobre sentimento uma via
Onde perpassam nossos momentos como chama
Que paira no ser e percorre-se no dia.


Dizemos a Deus e tudo se parte,
O mundo,as estrelas,o coração;
As lembranças são como flora no estandarte,


Umas brotam,umas murcham,outras secarão;
Aprendemos como amar é uma arte
E como o amor faz derramar dos olhos um vulcão.

7.8.07



Imobilidade


Passemos do lumiar ao apagado,
Dos tentados deuses aos endiabrados,
Do reino farto aos servos esfomeados
E dos amantes aos despedaçados.
Estejamos de feridos pés calçados,
De gélidos corpos amordaçados,
De lindos cabelos embaraçados
E de total amor sim, liquidados.
Creiamos que somos magoados,
Que nas leves mãos perdemos o achado
E que no céu voamos despenados;

Pensemos como fomos maltratados,
Como hoje somos passados
E cremos:sem amar sofremos calados.

5.8.07



Vôo postal


Vejo nuvens de cartões postais,
De fremosas e imensas transparências,
De elisões poéticas imortais;

E germinam cantigas da ciência,
Esboçando invenções geniais
Que trazem o avanço da inteligência.

Bairros e ruas em tão belas fotos,
Muito aparentes aos magistrais cartões,
Pois lá no céu de vôos tortos
Voam admiráveis e velozes falcões

E hesitam os astutos cientistas
Que faço para assim também voar?
Voar sem avião e sem pistas?
Declamo:Este vôo é o vôo de amar.

Amor de fogo

Meu momento de grande alegria
Foi partilhar esta branda chama
De amor puro que fiz tal poesia,
Que imensa espalhou-se como ramas

Jamais mortas pelo cálido dia
Infernal!Em todo amor criei formas
De extensão, brotei da sentimental alma
Um doce regozijo ao beijo da boemia.

Ah, que amanhecer!Que doce beijar
Em que aos carinhos braçais adormeci
E aqueles olhos serenos não esqueci;

Posso afirmar, um paraíso conheci
E como de nós veio um fogo brotar,
Era o fogo do amor,a chama de amar.

3.8.07



Probabilidade

Dê-me apenas um espaço nesgo,
Dê-me não a beleza nem simetria
E sim à cumplicidade um meigo
Chamar,fulgente olhar de alegria.

Dê-me sublimes abraços e ligo
Minha aura a tua forte galhardia
Que faz-me de romantico ser amigo
Do teu sereno jubilo dia a dia.

Dê-me apenas o céu como doce abrigo
E eu te darei de meu mundo a lua,
A lua que dorme comigo

Em toda parda época de algia;
Dê-me apenas amor que brando envergo
Do peito o universo da poesia.

1.8.07




Respostas



Menina, o que queres?Sei mal soletrar
Os sete pedaços do coração;
Imortal,leigo,arruaceiro e vão,
Assim sou,e o que queres impetrar?

Se for minha porta não vais entrar,
Pois calidamente ela diz não,
E falo que posso mudar a canção,
Porém rapido o vento faz-me encontrar

Brando com os diuturnos pomares,
Em melodia de suave avena,
De inspirações muito salutares.

E o que queres, ó meiga menina?
Se quiseres amar posso dar-te mares
E cada gota ser-te-á uma sina.

26.7.07





A espera



Este pequeno,ingênuo e meigo,
Tão inocente,um ser vivente,
Que o amor se transborda pelo ventre
E diz:mãe,pai meus amigos;

Um amor que abarca o céu e não consigo
Dormir sem antes falar contigo,
Meu menino virás tão sorridente
Quanto nossa alegria presente;

Preparando o berço,a mamadeira
E você aí,quieto,lindo e forte,
E a gente a pensar nas maneiras

Que vais herdar...filho nossa arte
É ter mostrar que é pela vida inteira
Que o amor brota muitos frutos em toda parte!



Canto de todo pranto



Enquanto que por ti caio por ternura
Meus braços de laços aquecem,
As veias de areias umedecem,
E o pensar foge em tua procura.

Por que tanto sofremos criatura?
Se nosso viver e nosso morrer crescem,
Os brandos sentimentos permanecem
E o remédio pra curar não cura!

Enquanto esta arvore tiver raiz
A folha que folia não secará,
O vento que é dentro não tardará;

E a melodia da poesia que fiz
Será canto que em prantos me desfiz,
Uma nota que brota um dó para amar.

24.7.07





Conjuntividade



Vamos pintar o céu de raiz!
De mão a mão o tenro sentimento;
A tinta cripta do pensamento,
E o pincel um coração feliz.

Vamos rabiscar a arvore de giz,
Os frutos,júbilos da alma,o alento,
Umas folhas de nuvem acrescento,
E a mistura alegra até o infeliz.

Pra terminar dar mais forma ao intento,
Os amantes no campo do manto a amar,
Os animais no saciar do sustento,

O poeta à beira do lago a compor
Com versos magistrais o fechamento:
_Amar é desenhar de amor o mar!


Torres partidas



Cavalguemos.Ao se partir a alma
Choram os tejus do sentimento,
Sorriso no semblante se acalma ,
E as relvas da esperança viram sustento;

Olhemos.Olhos tristes,pingos de rama,
A mão sobre o ícone do pensamento,
E o amor,este que tanto se inflama
Escorre-se como chuva no acostamento.

Sintamos...o coração a bater
Desanimado,torturado,aturdido,
Os oceanos do ser pararam de encher.

Fiquemos...um abraço,um tempo,
E quando raiar o sol do nosso viver
Partir será um contentamento.

23.7.07






Sustento ao espírito


De que precisa um ser para viver?
Complexa resposta do sentimento,
Uma delas se faz no forte intento,
Sonhar,sem isso não se pode proceder;

Não se dorme,não se age,não se vê;
É fé que constrói o pensamento,
Antídoto nos tristonhos momentos,
Meta de quem acorda pra crescer!

Sem sonhar a única saída é morrer;
Esperança de costas ao canto,
O resto da carne a perecer,

Sem um sonho nada se pode ser;
Sonhar é como um descobrimento,
Luz para alma de quem busca vencer!

21.7.07




O episódio das espadas


Meu amigo, não chores, nada morreu,
Somos fortes tão quanto as fragas,
A luta é tão bruta quanto nosso eu
E a esperança é o fogo das sagas.

Não temas, nosso mundo apenas cresceu,
Partilhemos o sorriso das vogas
Que interpela nosso eu para DEUS,
Sigamos,vivamos,matemos as pragas!

A batalha é a todo o momento,
E a humildade é a honra do ser,
Vamos reerguer o pensamento!

A vida nos ensina a viver e a ver
Que é no esperançoso sentimento
Que o Pai celeste raia o brilho de vencer!

19.7.07




Flerte

Ao travarmos os nossos olhares
Já não serão mais vozes e sentidos,
Será o céu com sorrisos estendidos,
Um jardim com amor nos pomares.

Vamos adentrar em nossos lares,
Nosso universo, nosso jeito amigo,
E dizer:- Agrada-me estar contigo
Notando o dia com olhos estelares.

E parar um minuto eternidade,
Quando os olhos nos olhos falarem
As palavras serão como chama que arde,

As mãos trêmulas e abraços abraçarem,
Ao cravarmos nossa metade
Veremos o sentir e o tocar se firmarem!